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HIV Coinfecções

Coinfecção é quando o organismo sofre com duas ou mais doenças ao mesmo tempo.

Em soropositivos, as coinfecções dificultam o tratamento, pois debilitam ainda mais a saúde do paciente.

Nesse caso, são necessárias estratégias específicas para facilitar o acompanhamento e evitar interações entre os medicamentos. Com o tratamento adicional, podem surgir novos efeitos colaterais.

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As infecções frequentes em soropositivos no Brasil são: hepatites B e C e tuberculose. Juntas, representam uma das principais causas de óbito entre as pessoas infectadas pelo HIV. Outras doenças que costumam aparecer são alguns tipos de câncer, HTLV, sífilis e doenças cardiovasculares preexistentes.

Como manter a adesão?

 Para evitar o abandono de tratamento, profissionais de saúde e pacientes podem recorrer a estratégias como:

  • Bom acolhimento e abordagem adequada sobre as dúvidas e reações adversas;
  • Orientação e aconselhamento sobre os medicamentos, como adequar horários e não abandonar o tratamento (reforçar a importância da adesão);
  • Curto intervalo de retorno entre as consultas (semanais no primeiro mês, quinzenais no segundo e mensais a partir do terceiro) e atenção ao monitoramento de exames;
  • Tratamento supervisionado principalmente nos casos de coinfecção por tuberculose.

HIV e hepatite B e C

Considerada uma das maiores epidemias do século, a hepatite C (HCV) já infectou mais de 170 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Dessas, cerca de 30% também apresentam infecção pelo HIV. Quem tem a coinfecção HIV e hepatite C pode apresentar histórico de uso de drogas (anterior ou atual), álcool, distúrbios psicológicos e psiquiátricos, em particular a depressão, que comprometem o processo da adesão ao tratamento e agravam os efeitos colaterais.

A hepatite C pode tornar mais difícil preservar o sistema imunológico da pessoa que vive com HIV e acelerar a progressão para a aids e a morte. Também pode ser verificado uma evolução mais rápida para cirrose, insuficiência hepática (do fígado) e câncer de fígado, em alguns casos.

O tratamento consiste no uso semanal de uma medicação injetável que deve ser administrada em unidade pública de saúde indicada pelo médico. Os efeitos colaterais envolvem sintomas psicológicos e transtornos mentais como depressão, irritabilidade, ansiedade, alteração do sono, diminuição da libido, diminuição da atenção e da concentração, além de ideias suicidas.

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A coinfecção pela hepatite B em soropositivos aumenta em cinco a seis vezes o risco de se tornarem portadores crônicos da hepatite e de desenvolverem cirrose. O tratamento é semelhante ao da aids, com a indicação de antivirais. As reações que podem surgir com o uso dos medicamentos são as mesmas do tratamento de hepatite C.

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Pacientes coinfectados não podem esquecer de usar camisinha e, se forem usuários de drogas injetáveis, devem utilizar seringas descartáveis, para prevenção da transmissão dos vírus causadores da aids e da hepatite B e C. Quando for o caso, a pessoa será orientada a não consumir álcool, para evitar um dano adicional ao fígado.

HIV e tuberculose

De acordo com estimativas da OMS, existem cerca de 33 milhões de pessoas infectadas por HIV no mundo, das quais 25% estariam coinfectadas por tuberculose. Segunda causa de óbito entre soropositivos, a tuberculose pode ocorrer em qualquer estágio da infecção pelo HIV.

O diagnóstico de tuberculose na coinfecção é semelhante ao diagnóstico na população geral. O diferencial está nos sintomas clínicos, pois, nas pessoas infectadas pelo HIV, a doença pode ocorrer com mais frequência fora do pulmão e de maneira disseminada no corpo. E o tratamento é o mesmo do indicado para a população geral e está disponível na rede pública de saúde.

HIV e HTLV

O HTLV (human T lymphotropic virus tipo I e II) foi o primeiro retrovírus humano a ser descoberto e infecta entre 10 e 20 milhões de pessoas em todo o mundo. O HTLV-I é bastante semelhante ao HIV-1, apesar de serem diferentes no tipo de doença que causam, principalmente porque o HTLV se multiplica menos que o HIV e não causa a morte da célula.

Atualmente, o exame de sorologia para HTLV está indicado para portadores do HIV que estão em regiões onde a doença é mais frequente, para usuários de drogas injetáveis ou pessoas que apresentam manifestações neurológicas compatíveis com as causadas por esse vírus.

É muito importante fazer a prevenção da transmissão do vírus, evitando a amamentação, fazendo sexo seguro e não compartilhando seringas e agulhas.

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Tipos de câncer

A relação entre HIV e certos tipos de câncer ainda não está completamente clara; no entanto, acredita-se que a deficiência do sistema de defesa tenha relação direta com a causa de algumas neoplasias (cânceres), que são mais frequentes em portadores do HIV.

A terapia antirretroviral aumentou a sobrevida dos portadores do HIV, isso resultou em um número cada vez maior de pessoas com idade mais avançada expostos à condição crônico-degenerativa da doença, tornando o desenvolvimento de cânceres um aspecto preocupante e que deve ser considerado nessa população.

Os mais comuns são Sarcoma de Kaposi (tipo de câncer pouco agressivo e de evolução lenta), Linfoma não-Hodgkin (tumor frequente na medula óssea, estômago, intestino, fígado e sistema nervoso central), neoplasia anal e câncer cervical (associado à infecção causada pelo HPV).

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Autor: Dr. Carlos Muñoz Retana

​Actualizado: 11 de Febrero, 2019

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